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Estimados Amigos!
Embora ainda estejamos bem longe do Himalaia, na Bolívia, Para mim e para o Irivan, a Expedição Brasil Makalu já começou. Estamos agora em La Paz (3.600m), chegamos aqui ontem, dia 30, e amanhã vamos para a base de uma linda montanha chamada Huayna Potosi (6.088m).
Nesta “Etapa Bolívia” nosso objetivo é começar o longo processo de adaptação do nosso organismo ao ar rarefeito, afinal, com os seus 8.463m de altitude, a falta de oxigênio na atmosfera será o maior obstáculo a ser superado no Makalu (em seu cume existe apenas 30% do oxigênio que existe a nível do mar!).
Para quem não vive em altitudes elevadas, o ar rarefeito começa a causar seus efeitos no organismo, de forma significativa, a partir dos 3 mil metros de altitude. Quando eu e o Irivan desembarcamos no aeroporto de La Paz chamado “El Alto” a 4.050m de altitude, sentimos logo o ar seco, frio e uma certa “zonzeira”, como se tivéssemos “flutuando levemente”, devido ao ar rarefeito, e, depois que nos alojamos em nosso hotel, veio uma leve dor de cabeça. Tudo isso é absolutamente normal, afinal deixamos o conforto da atmosfera de Curitiba, que está a 900m (onde existe 88% do oxigênio a nível do mar), para outra a 3.600m (onde já existe apenas 67% do oxigênio a nível do mar).
Vamos ficar uma semana em um refúgio a 4.700m (onde existe apenas 54% do oxigênio que existe a nível do mar). Nossa pretensão não é escalar o Huayna Potosi, apenas realizar caminhadas ao seu redor, já que a temporada de escaladas ainda não começou, e o tempo está chuvoso, com muitas nuvens pesadas na atmosfera e neve fresca sobre as montanhas (a temporada de escalada na Bolívia vai de maio a outubro, os melhores meses são julho e agosto).
O motivo da Etapa Bolívia, é que este ano (graças ao patrocínio da Santher, da Omni e do apoio da Air France), vamos de helicóptero de Kathmandu até o acampamento-base sul do Makalu (4.800m) (evitando uma caminhada de 104Km), e se não passássemos por esta fase de pré-adaptação ao ar rarefeito, sentiríamos muito mais a falta do oxigênio ao descer de um helicóptero num lugar tão alto. Neste 10 dias que vamos estar na Bolívia, o nosso organismo vai começar a multiplicar os seus glóbulos vermelhos, na ânsia de aumentar a capacidade de absorção de oxigênio, e também vai baixar levemente a pressão arterial, pois a pressão da atmosfera, quanto mais se sobe, mais baixa fica (grosso modo falando, é como se começássemos a sofrer de “pressão alta”). Enfim, estamos aqui respeitando as limitações do nosso organismo, dando oportunidade para que ele se adapte às extremas condições que em breve iremos enfrentar.
Já estive na Bolívia diversas vezes, a primeira em 1985, tendo já escalado muitas de suas principais montanhas, inclusive o próprio Huayna Potosi, em 1989 (uma ótima montanha para quem que iniciar no alpinismo). Durante todo este tempo fiz grande amizades que muito me ajudaram a compreender melhor o maravilhoso “Mundo Andino”. Hoje estivemos com dois dos meus melhores amigos que tenho por aqui, Javier Contreras e Alain Mesili, guias de montanhas e profundos conhecedores dos Andes Bolivianos. E já fica aqui uma dica, se quiser escalar na Bolívia, junte um grupo de 3 ou 4 amigos, e contrate os serviços com o Javier, jcarvallo_contreras@hotmail.com.
Alain Mesili, já com mais de 60 anos, é um verdadeiro mito vivo do “Andinismo”. Francês, excepcional alpinista, nos últimos 35 anos escalou a maioria das montanhas bolivianas, abrindo dezenas de vias, muitas entre as mais desafiadoras dos Andes. Seus livros são indispensáveis para quem quer escalar na Bolívia (se encontram facilmente nas livrarias e agências de turismo de aventura de La Paz).
Bem, está chovendo forte agora por aqui, um friozinho de 6º C, espero que em nossa estada no Huayna Potosi o tempo nos dê uma trégua para podermos fazer algumas escaladas!
Um grande abraço para todos,
Waldemar Niclevicz
Embora ainda estejamos bem longe do Himalaia, na Bolívia, Para mim e para o Irivan, a Expedição Brasil Makalu já começou. Estamos agora em La Paz (3.600m), chegamos aqui ontem, dia 30, e amanhã vamos para a base de uma linda montanha chamada Huayna Potosi (6.088m).
Nesta “Etapa Bolívia” nosso objetivo é começar o longo processo de adaptação do nosso organismo ao ar rarefeito, afinal, com os seus 8.463m de altitude, a falta de oxigênio na atmosfera será o maior obstáculo a ser superado no Makalu (em seu cume existe apenas 30% do oxigênio que existe a nível do mar!).
Para quem não vive em altitudes elevadas, o ar rarefeito começa a causar seus efeitos no organismo, de forma significativa, a partir dos 3 mil metros de altitude. Quando eu e o Irivan desembarcamos no aeroporto de La Paz chamado “El Alto” a 4.050m de altitude, sentimos logo o ar seco, frio e uma certa “zonzeira”, como se tivéssemos “flutuando levemente”, devido ao ar rarefeito, e, depois que nos alojamos em nosso hotel, veio uma leve dor de cabeça. Tudo isso é absolutamente normal, afinal deixamos o conforto da atmosfera de Curitiba, que está a 900m (onde existe 88% do oxigênio a nível do mar), para outra a 3.600m (onde já existe apenas 67% do oxigênio a nível do mar).
Vamos ficar uma semana em um refúgio a 4.700m (onde existe apenas 54% do oxigênio que existe a nível do mar). Nossa pretensão não é escalar o Huayna Potosi, apenas realizar caminhadas ao seu redor, já que a temporada de escaladas ainda não começou, e o tempo está chuvoso, com muitas nuvens pesadas na atmosfera e neve fresca sobre as montanhas (a temporada de escalada na Bolívia vai de maio a outubro, os melhores meses são julho e agosto).
O motivo da Etapa Bolívia, é que este ano (graças ao patrocínio da Santher, da Omni e do apoio da Air France), vamos de helicóptero de Kathmandu até o acampamento-base sul do Makalu (4.800m) (evitando uma caminhada de 104Km), e se não passássemos por esta fase de pré-adaptação ao ar rarefeito, sentiríamos muito mais a falta do oxigênio ao descer de um helicóptero num lugar tão alto. Neste 10 dias que vamos estar na Bolívia, o nosso organismo vai começar a multiplicar os seus glóbulos vermelhos, na ânsia de aumentar a capacidade de absorção de oxigênio, e também vai baixar levemente a pressão arterial, pois a pressão da atmosfera, quanto mais se sobe, mais baixa fica (grosso modo falando, é como se começássemos a sofrer de “pressão alta”). Enfim, estamos aqui respeitando as limitações do nosso organismo, dando oportunidade para que ele se adapte às extremas condições que em breve iremos enfrentar.
Já estive na Bolívia diversas vezes, a primeira em 1985, tendo já escalado muitas de suas principais montanhas, inclusive o próprio Huayna Potosi, em 1989 (uma ótima montanha para quem que iniciar no alpinismo). Durante todo este tempo fiz grande amizades que muito me ajudaram a compreender melhor o maravilhoso “Mundo Andino”. Hoje estivemos com dois dos meus melhores amigos que tenho por aqui, Javier Contreras e Alain Mesili, guias de montanhas e profundos conhecedores dos Andes Bolivianos. E já fica aqui uma dica, se quiser escalar na Bolívia, junte um grupo de 3 ou 4 amigos, e contrate os serviços com o Javier, jcarvallo_contreras@hotmail.com.
Alain Mesili, já com mais de 60 anos, é um verdadeiro mito vivo do “Andinismo”. Francês, excepcional alpinista, nos últimos 35 anos escalou a maioria das montanhas bolivianas, abrindo dezenas de vias, muitas entre as mais desafiadoras dos Andes. Seus livros são indispensáveis para quem quer escalar na Bolívia (se encontram facilmente nas livrarias e agências de turismo de aventura de La Paz).
Bem, está chovendo forte agora por aqui, um friozinho de 6º C, espero que em nossa estada no Huayna Potosi o tempo nos dê uma trégua para podermos fazer algumas escaladas!
Um grande abraço para todos,
Waldemar Niclevicz
Visite uma montanha e saiba porque este ambiente rico em água e biodiversidade é de importância vital para a humanidade.
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