terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal e próspero ano novo


A todos que passaram por aqui feliz natal e um próspero ano novo e que papai Noel nós traga muitas possibilidades de escalada em 2009

E não esqueçam de colocar suas sapatas na janela






E SE

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lições - desabafo

Hoje acordei com uma puta ressaca, moral e alcóolica, a meses estou afastado do esporte e do contato com a natureza, fim de ano chegando, serviço de montão, obra do ap que não termina, e pra ajudar sofri um acidente e machuquei um tal de Músculo Supra Espimhal, e vou te dizer ta tenso, minha carteira de motorista venceu, to tendo que fazer uma porcaria de um curso de três dias, que já senti, não serve pra nada a não ser encher o bolso do governo, não que eu seja contra o curso, mas a forma que é aplicado, e não culpo também o centro de formação, é um erro que vem de cima, da esfera superior, mas deixemos isso de lado, ultimamente o que eu tenho feito é só reclamar, ando estressado ao extremo,ontem sai do curso cansado e resolvi tomar algo pra levantar a moral, lembrei duma garrafa de vodka Absolut que tava aqui na loja guardada, algumas doses suaves depois, fui pra minha sagrada cama e desmaiei, e durante a noite não sei por que cargas d'água, volta e meia , durante a sede noturna uma musica não saia da minha cabeça LYNYRD SKYNYRD Simple Man, quando acordei apesar da dose cavalar durante a noite revirei meus cds e separei o que seria a minha trilha sonora durante o dia.

Relendo a letra da musica cheguei a conclusão que é hora de pisar no freio, ultimamente tenho feito de tudo, e tudo ao mesmo tempo, to me sentindo um veículo em alta velocidade que a qualquer momento pode perder a direção, ou acabar passando por cima de alguém, mesmo sem querer, e como diz em certas partes da música:

"Aproveite seu tempo... Não viva com tanta pressa .Problemas virão e eles irão embora"

"E seja um simples tipo de homem.Seja algo que você ame e entenda"

"Garoto, não se preocupe... você se achará"

"Siga seu coração e nada mais"

As vezes não acreditamos em certos sinais, mas eles estão ai, a nossa volta a todo momento, temos que procurar entende-los e dar o devido sentindo a eles, seja você religioso, ou não.

"As pessoas se dividem em dois grupos, e quando elas dão sorte, o grupo um, vê como mais do que sorte e do que coincidência vê isso como um sinal, a prova de que a alguém lá em cima tomando conta delas.

O grupo, dois vê a coisa como pura sorte, um golpe feliz do acaso.

O que eu sei é que a pessoa do grupo dois vem essas 14 luzes de um modo desconfiado, pra elas a situação é equilibrada, pode ser bom, pode ser ruim, mas no fundo, sentem que aconteça o que acontecer, estão sozinhas, e isso, as apavora,é, elas são assim, mas a muita gente no grupo um, quando vêm as 14 luzes, estão vendo um milagre, no fundo elas sentem que aconteça o que acontecer, haverá sempre alguém para ajudá-las, e isso as enchem de esperança.

O que você tem que perguntar a si mesmo, que tipo de pessoa você é, é do tipo que vê sinais, milagres, ou você acredita que as pessoas só tem sorte.

Ou veja a coisa assim, é possível que não haja coincidências? "

Mel Gibson no filme sinais


Letra da música "simple man"

Mamãe me disse quando eu era jovem
Venha sentar do meu lado, meu único filho
E ouça com atenção o que eu vou dizer
E se você fizer isso
Isso vai te ajudar em algum dia ensolarado
Aproveite seu tempo... Não viva com tanta pressa
Problemas virão e eles irão embora
Vai achar uma mulher e você vai achar o amor
E não esqueça filho
Há alguém lá em cima

E seja um simples tipo de homem
Seja algo que você ame e entenda
Seja um simples tipo de homem
Não pode fazer isso pra mim filho
Se você pode?

Esqueça sua luxúria pelo ouro de um homem rico
Tudo isso que você precisa está em sua alma
E você pode fazer isso se tentar
Tudo que eu quero pra você meu filho,
É que seja satisfeito

Garoto, não se preocupe... você se achará
Siga seu coração e nada mais
E você pode fazer isso se tentar
Tudo que eu quero pra você meu filho.
É que seja satisfeito


Nova academia em SP em 2009 -Fecha-se uma porta abre-se outra -

UBT Boulder

Apesar de todos os rumores sobre a decadência da escalada, a UBT Boulder acredita que existe um mercado consumidor para a escalada, e vai investir para manter o esporte vivo em São Paulo.

Devido ao fechamento da Casa de Pedra Perdizes, vamos antecipar nossos planos de 2010 e abrir um ginásio de escalada na Zona Oeste de São Paulo em 2009.

O conceito será inédito em São Paulo, com uma estrutura enxuta e atendimento diferenciado, visando o desenvolvimento de uma comunidade forte dentro da escalada brasileira.

Vamos precisar do apoio de todos os escaladores interessados nesse projeto, por isso peço que enviem seu nome e email para contato@ubtboulder.com.br ou postem nos comentários.

Entraremos em contato com mais informações em breve.

Abraços

Linha
UBT Boulder

Maiores infos UBT Boulder

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Possivel Fechamento da Casa de Pedra



Fonte: Daniele Andrade Santos para a lista HangOn

Olá escaladores!

Ontem foi um dia mto triste pra muitos escaladores que como eu, tornaram a casa de pedra uma extensão da nossa casa.
Ao chegar no ginásio e presenciar um clima de tristeza (pra não dizer luto), percebi como aquilo afetou significantemente a vida de muita gente! Um bando de escaladores com cara de "cachorro que caiu do caminhão da mudança" se perguntando aonde iriam escalar daqui pra frente, ou pior ainda... se iriam continuar a escalar (diante dos inúmeros "contras" que exitem pra se deslocar da zona oeste pra zona sul de SP)

Tive a sensação de que muitos irão desistir. Muita gente que começou há pouco tempo.. a galerinha nova mas com muito potêncial, que investiu em corda e outros equipamentos...
Realmente é uma pena que isso esteja acontecendo. Porém... não acredito que fatos assim sejam considerados o início de uma "falência" anunciada do esporte! Pelo contrário, isso deveria ser encarado como um ponta-pé para uma evolução ou revolução da escalada.
Sou uma pessoa totalmente contra o choro do leite derramado, prefiro pensar em alternativas para a solução.
Conversei com muita gente ontem, que se viram na situação de contruir um murinho em casa ou até mesmo alugar o espaço da Casa de Pedra alguns dias da semana... Mas atitudes assim não contribuem em nada com a evolução do esporte.. pelo contrário.. só restringiria mais!

Fiquei pensando pq São Paulo, a maior cidade do país não possui um muro aberto a comunidade, em que se insentivasse e disseminasse o esporte pra outras camadas? Por que a escalada não pode ser desfrutada por quem não pode pagar uma mensalidade de 160,00 ou uma diária de 25,00? Pq com tantos clubes, associações, e grupos de escalada e montanhismo existentes na cidade até hoje não seguimos o exemplo do CUME ( da federal de São Carlos) ou o Geeu ( da Unicamp )? Pq é tão difícil a comunidade escaladora se unir e gastar energia pra desenvolver a escalada na cidade de São Paulo, ao invés de virar as costas pro problema e simplesmente ir escalar na 90 graus ou na outra Casa de Pedra? E se deus-me-livre uma delas venha a fechar? acabou a escalada em São Paulo?
Temos tantos parques, Céu´s, Sesc´s, etc que poderiam ser trabalhados, mas não sei pq não fazemos acontecer...
A sensação que tenho é que a comunidade escaladora de SP "elitiza" informalmente o esporte e diante de situações como essa passamos a restringir e selecionar quem pode e quem não pode praticar a escalada...
Não consigo entender algumas coisas nesse meio, talvez por pouco tempo que estou nele.. mas se alguém souber a resposta.. fique a vontade!

valeu

Caminhos da Aventura no ES



Fonte: Globo.com

Gravação de "Survivor" no Brasil causa danos em área, dizem moradores

SARA UHELSKI da Folha Online


A próxima temporada do reality show norte-americano "Survivor" será ambientada no Brasil, em uma unidade de conservação do Estado do Tocantins conhecida como Jalapão.

As gravações da 18ª temporada do programa começaram no mês passado e se tornaram polêmica na região, que abrange seis municípios em uma área de 34 mil km quadrados.

A chapada do Jalapão é conhecida por suas nascentes, cachoeiras e rios cristalinos e por sua paisagem intocada, de vegetação rasteira e pontuada por dunas.

Produzido pela rede norte-americana CBS, o programa --que já ganhou uma versão nacional na Globo, o "No Limite"-- traz os participantes isolados em alguma região do mundo onde disputam entre si e ainda lutam para sobreviver.

Atualmente, o canal pago People&Arts exibe o "Survivor - Guatemala".

Moradores e a imprensa local reclamam que as filmagens estão prejudicando a área. O programa costuma realizar gincanas em cenários grandiosos, com estruturas complexas com piscinas, morros e fossos. Há também acampamentos onde os participantes têm que morar.

Segundo o jornalista Jaime Júnior, morador de Palmas, cerca de 300 pessoas estão no local, entre equipe de produção e participantes, e foram construídos abrigos e até um posto de combustível na unidade de conservação.

Ele diz ainda que "o acesso à região agora é restrito e controlado pela equipe de gravação". "O governo afirma que não pode se manifestar sob pena de pagar uma multa no valor de US$ 5 milhões", conta Jaime.

Sigilo

Em um texto postado em seu blog, a jornalista Fernanda Bruni afirma que "o problema está no desastre ecológico que a equipe está causando na região quando coloca tratores e sistema de esgoto".

"Além de interditar as dunas do Jalapão colocando placas bilíngües com escritas dizendo 'Fechado para o público' e 'Propriedade Particular', parece que eles estão tirando dos cofres da emissora mais alguns milhões de dólares para manter a imprensa de boca fechada", diz o texto da jornalista.

Suzana Barros, assessora da Secretaria de Comunicação do Tocantins, rebate as críticas afirmando que não existe nenhum contrato envolvendo o governo do Estado e a CBS.

"Nada foi assinado em troca das gravações. O governo ganha somente com a mídia espontânea que o programa irá gerar quando for ao ar", explica.

Segundo a assessoria do governo do Tocantins, o governador e alguns jornalistas que visitaram a área onde as filmagens estão sendo feitas tiveram que assinar um termo de confidencialidade.

"Como é um reality show que ainda será editado, a produtora precisa manter as informações em sigilo para que isso não vaze para o mundo todo", disse Suzana.

Ainda de acordo com informações da assessoria, o Jalapão não sofreu desmatamentos para que as gravações pudessem acontecer. "Eles gravam em uma área de campo limpo, que não precisou ser alterada por conta das filmagens", diz a assessora. Segundo ela, a CBS também contratou uma empresa para reparar danos ambientais depois que deixar o local.

"Somente a região onde a gravação acontece é interditada. E os turistas e moradores são avisados com antecedência", explica Suzana. O Naturatins, instituto responsável pelas unidades de conservação do Tocantins, entre elas o Jalapão, afirma que a região passou por um licenciamento ambiental antes da gravação e que representantes do órgão fazem um constante monitoramento da região.

Esclarecimentos

No final de novembro, o deputado estadual Marcello Lelis (PV) encaminhou ao governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), um pedido de esclarecimento a respeito dos critérios que envolveram a autorização das filmagens no Jalapão. O pedido, apresentado na Câmara Estadual, foi negado pela bancada do governo e arquivado.

Segundo o assessor de imprensa do deputado, neste final de semana ele irá, acompanhado por uma comitiva da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), até a região das filmagens verificar se o acesso está restrito à equipe de filmagem.

Fonte: FolhaONLINE

Omega pacific lança mais 2 modelos dos " friend" deles...



Omega Pacific

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Campanha - Uma hora por Santa Catarina



Ese post inteiro foi copiado do Blog do Dubois

Estou postando aqui no blog este depoimento de uma montanhista muito querida de Itajaí. As palavras são eloqüentes e falam por si mesmas.

Então eu estou lançando uma pequena campanha na internet. Nesta campanha eu peço que as pessoas se organizem nas reuniões dos seus clubes de montanha ou locais de trabalho e arrecadem coisas para as pessoas que estão precisando em Santa Catarina. Roupas, alimentos, material de limpeza, remédios. Eu lembro também às moças que existem mulheres e crianças nestes lugares que foram destruídos, portanto elas precisam de absorventes, fraldas, até brinquedos. Por ser pai eu sei que um brinquedo na mão de uma criança assustada agora pode fazer muita diferença.

Separem estes materiais e embalem em caixas de papelão. Escrevam do lado de fora: água, bolachas, roupas para adultos, etc, pois isto facilita na hora que chegar em Santa Catarina. Quem tiver contato com alguém ligado a alguma empresa de transportes tente conseguir um caminhão para enviar para lá.

Eu também estou pedindo às pessoas algo igualmente valioso. Uma preciosa hora do tempo de cada um. Esta hora deve ser usada em um quartel dos bombeiros, ou em um centro de triagem da Defesa Civil. Estou pedindo às pessoas que levem caixas de papelão para separar coisas, embalar coisas, embarcar coisas. Se cada pessoa levar mais dois amigos para fazer isto serão milhares de horas de trabalho empregadas e milhares de doações para minimizar o sofrimento e as perdas de milhares de pessoas.

Leiam abaixo o depoimento.

Sem mais delongas, e sem prolongar o já tão explorado pela mídia (sem contestar o que isso trouxe de bom) trago uma importante reflexão acerca do que aconteceu no Estado de Santa Catarina com a enchente e como recomeçar.
Boa semana a todos

To my foreign friends:

We spent a terrible flood here in SC and above we have a beautiful text about how to start again.Have a nice weekend.

A mis amigos, los que no sepan, nosotros pasamos por terribles inundaciones en Santa Catarina, y abajo se lee un depoimiento de un recomienzo.Saludos cordiales

Alessandra de Abreu Arriada


POVO CATARINENSE….

Meus amigos,

Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta “folga forçada” a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa Itajaí.
As fotos que circulam na internet e os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu então não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Todos vocês já sabem de cor. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas.

Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.

Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
-

Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros

- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.


Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:

- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.



Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:

COMEÇAR DE NOVO

Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.

Anônimo


É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente.
Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.

Que Deus abençoe a todos.