quinta-feira, 20 de março de 2008

Pracinha de Itacoatiara: Elevando o nível carioca

12/03/2008: [Por Caio Sharma]

A Praça Paulo de Tarso Montenegro, localizada em Itacoatiara, um dos mais belos bairros de Niterói, agora é conhecida como um dos picos mais irados de boulder do Estado do Rio. Pouco se fala da Pracinha, o lugar no Rio com a maior concentração de boulderes difíceis por m², mas muita coisa acontece lá nos finais de semana. De uns tempos pra cá, muitos boulders difíceis têm sido abertos lá, sendo esse o motivo pelo qual escrevo esse mini-artigo.

Todo ano um escalador diferente vem conhecer a área, já recebemos aqui a visita dos melhores escaladores do Paraná, de Brasília, de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de alguns gringos. A Pracinha conta com vários blocos de gnaisse com alguns veios de granito que abrigam dezenas de boulders, esses que variam de v0 à projetos que podem chegar à v13 (?). Mas todos possuem uma alta qualidade de agarras e movimentos. Por exemplo, na Pracinha você pode entrar em v0’s altos com agarras boas, boulders que todos gostam de fazer, pra dar uma aquecida ou pra apreciar uma boa escalada.

Acho muito importante que aja um intercâmbio entre nossas áreas de escalada, e isso é facilmente resolvido com os festivais, mas na Pracinha isso não é tão simples: a praça é cercada por casas, assim como em todo o bairro de Itacoatiara, já que o mesmo é um bairro totalmente residencial, não podendo haver comércio. Por isso, aguardem, pois em breve estaremos fazendo um ITACOABOULDER, algo desse tipo. Mas vamos deixar de lado os problemas e falar logo dos boulders. Na Pracinha, há, catalogados, 20 boulders acima de v8. Pra vocês terem noção da comodidade que é, só no Bloco do “Fiapos” tem

O acesso ao local é ridículo, vocês param seus carros embaixo dos boulders pra dar uma escova, isolar um move. É super tranqüilo! Sempre tem gente escalando lá nos finais de semana, então vale muito a pena ir no pico, como eu disse, tem boulders lindos de todos os graus, faço aqui uma lista dos clássicos do lugar:

Se forem na Pracinha não deixem de entrar nesses boulders, alguns nem comem a pele, por isso e por seus lindos movimentos vale a pena entrar neles! E além dos boulders, a Pracinha conta coma pequena falésia com algumas vias de 4 à 5 costuras e variando de 6° sup à 9a. Se estiverem com tempo, dêem uma entrada nas vias, são todas com moves técnicos para dar uma relaxada nos bíceps após um tour pelo Rio visitando a Barrinha e o Campo Escola 2000, por exemplo. Então galera, o convite está feito! Venham conhecer a Pracinha de Itacoatiara que eu lhes garanto que em breve vocês estarão de volta! Abraços e boas escaladas à todos!

Caio Gomes tem 19 anos e tem patrocício da Kioshi Terapias Orientais, Snake, VDOZE Agarras, Mr. Rock e Lechen.

Links relacionados:Guia de Boulder de Itacoatiara (Daniel Olho) com croquis da Pracinha e do Oriente.

Fotos dos Boulders da Pracinha e do Oriente no site do escalador Daniel Olho.

Para maiores informações sobre escaladas em Niterói, acesse o Guia Digital do Clube Niteroiense de Montanhismo (CNM).

Artigo ViaCrux (15/12/05): Velha Fórmula, Escaladas no Bananal e Oriente em Itacoatiara (por Fábio Muniz).

VideosYoutube: Cabeça Ativa (V5) Pracinha de Itacoatiara.

Youtube: Experimento (V9) Pracinha de Itacoatiara.

Youtube: O Ditador (V7) Pracinha de Itacoatiara.

Youtube: Boulders do Oriente I Blocos do Oriente, Itacoatiara.

Youtube: Boulders do Oriente II Blocos do Oriente, Itacoatiara.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Eddie vedder "Na natureza Selvagem"


Como todos devem saber, a trilha sonora do filme foi composta por ninguém menos que Eddie Vedder do Pearl Jam...

Pra quem assistiu ao filme, observa-se como trilha sonora e filme se completam, um belo trabalho.

Society - Eddie Vedder

É um mistério pra mim

Nós temos uma ambição que concordamos

Você pensa que você tem o que quer mais do que você precisa

Até você ter isso tudo, você não esta livre.

Sociedade sua raça louca

Espero que você não fique tão só sem mim

Quando você quer mais do que possui, você pensa que precisa.

E quando você pensa mais do que você quer, seus pensamentos começam a sangrar.

Acho que preciso encontrar um lugar maior

Pois quando você tem mais do que você pensa, você precisa de mais espaço

Sociedade, essa raça louca

Espero que você não esteja tão só sem mim

Sociedade, realmente loucos

Espero que você não esteja tão só sem mim.

Pense naquelas coisas, mais ou menos, menos é mais

Mas se menos for mais, como você conseguira marcar?
Parece que cada ponto que você faz, você caiu um degrau

Parece que você ta começando do topo ... Você não pode fazer isso

Sociedade, essa raça louca

Espero que você não esteja tão só sem mim.

Sociedade, realmente loucos

Espero que você não esteja tão só sem mim

Sociedade tenha pena de mim... Espero que você não fique triste se eu não concordar

Sociedade, realmente loucos.

Espero que você não esteja tão só sem mim.

Carta de Chris McCandless

Para quem acompanha meu blog e o blog do Luciano, já puderam observar o quanto gostamos do livro e também do Filme "Na natureza selvagem"


Quem acompanha o blog sabe o quanto eu gostei do livro "Na natureza selvagem", e fiquei muito ansioso para ver o filme. E o filme consegue ser tão bom quanto o livro.Imagens lindas, diálogos marcantes, e uma história que nos faz pensar em como somos duros e radicais com as pessoas próximas. Hoje decidi publicar um trecho do livro, o qual o personagem real escreve a um amigo.

Este conselho serve para todo e qualquer escalador. E também para qualquer pessoa.

Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: você deveria promover uma mudança radical em seu estilo de vida e fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar.

Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito do homem que um futuro seguro.

A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências [..]

Você está errado se acha que a alegria emana somente ou principalmente das relações humanas. Deus a distribuiu em toda a nossa volta. Está em tudo ou em qualquer coisa que possamos experimentar. Só temos de ter a coragem de dar as costas para nosso estilo de vida habitual e nos comprometer com um modo de vida não-convencional.

O que quero dizer é que você não precisa de mim ou de qualquer outra pessoa para pôr esse novo tipo de luz em sua vida. Ele está simplesmente esperando que você o pegue e tudo que tem a fazer é estender os braços. A única pessoa com quem você está lutando é com você mesmo [..]

Espero que na próxima vez que eu o encontrar você seja um homem novo, com uma grande quantidade de novas experiências na bagagem. Não hesite nem se permita dar desculpas. Simplesmente saia e faça. Simplesmente saia e faça. Você ficará muito, muito contente por ter feito.

" carta de Chris McCandless para Ron Franz

Silêncio e solidão

Edson Struminski (Du Bois)

Muitas pessoas me perguntam a respeito de viver nas montanhas, algo que faço já a 15 anos. Se o silêncio e a solidão das montanhas deprimem, incomodam ou trazem algum tipo de malefício. Uma pessoa a quem estou aprendendo a gostar também se mostrou curiosa (talvez preocupada?) a respeito da solidão que eventualmente eu sentiria em morar, digamos, isolado do mundo.
Percebo que nossa cultura ocidental tem dificuldade em lidar com o silêncio e a solidão. No mundo oriental aparentemente esta dificuldade é menor. A cultura oriental valoriza o silêncio como pressuposto para um processo meditativo e a solidão pode ser encarada como momento para um crescimento espiritual. Nada disto exclui, me parece, o convívio humano. Aliás, solidão, como se sabe, não é um mérito do isolamento social. Muitas pessoas são solitárias mesmo vivendo em ambientes com grandes aglomerações humanas.
A solidão não é, portanto, um componente exclusivo de quem vive afastado do convívio social. Neste sentido, me parece, se você opta conscientemente em viver mais isolado da sociedade, não necessariamente a solidão lhe parecerá negativa. Talvez até ao contrário, será um momento para uma concentração mental não só do tipo espiritual como disse no início, própria de monges e religiosos, mas também intelectual, eventualmente filosófico, como Henry Thoreau fez no século XIX ao viver no meio dos bosques norte-americanos, com o intuito de criar uma cultura original, não europeizada para seu país.
Thoreau repudiava a sociedade burguesa e confiava na força do seu individualismo para se livrar dos seus vínculos comunitários e a partir daí elaborar sua cultura refinada (naturalismo, desobediência civil) que finalmente concedeu para o resto da sociedade na forma de alguns livros (1).
O isolamento pode ser também do tipo racional, como aquele necessário para produzir um trabalho científico altamente exigente. Se você for uma pessoa com formação em ciências naturais (biologia, geologia, geografia), provavelmente ocupará seu tempo conhecendo e manejando o ambiente onde vive, realizando transformações que possam ser benéficas para a natureza.
Nada disto exclui, na verdade, a sociedade. Jacques Barzun comenta (2) que mesmo Thoreau levou a civilização consigo para sobreviver na floresta: roupas, sementes, pregos, madeira, produtos de um esforço social. Assim também é comigo. Para sobreviver tenho que ter o convívio social, embora, imagino, ele seja mais seletivo do que acontece com a maioria das pessoas.
No mundo da montanha, o guia da cordada e o escalador solitário (com corda) ou em solo (sem corda) também convivem momentaneamente com a solidão. A solidão de ter de tomar decisões importantes sozinho e sofrer as consequências delas. Algumas, no caso do escalador solo, com graves implicações até para a sobrevivência dele. Já fiz muitas escaladas em solo ou em solitário e sobrevivi. Isto significa que esta modalidade de solidão também não foi prejudicial para mim pois aguçou minha concentração naquilo que era realmente importante, ou, ao menos, não deixou sequelas de nenhum tipo que fizessem com que eu lamentasse minhas decisões.
O mérito do silêncio
Já o silêncio é sim um mérito dos ambientes naturais onde vivo. Mas que silêncio é este? O vento bate nas árvores. Ao longo do dia posso escutar vários pássaros. O rio no fundo da minha casa nasce na montanha e nunca vi ele deixar de correr e fazer seu ruído característico. Os mosquetões tilintam quando escalo. Pode-se dizer então que este “silêncio” das montanhas é um contraponto à cacofonia da civilização, particularmente daquela estressadamente urbana. Mas mesmo que esta imagem que passei para vocês pareça agradável, assim como a solidão, as pessoas tem dificuldades de conviver com o silêncio, com este tipo de silêncio que descrevi. Já nascem em um ambiente ruidoso e cercam-se de máquinas particularmente barulhentas. Talvez a dificuldade aí esteja em escutar a chamada “voz interior”, que costuma aparecer comumente para as pessoas apenas quando, digamos, acaba a energia elétrica e todas as possibilidades de se controlar a produção de ruídos externos. Talvez o medo de escutar esta voz incomode as pessoas. Os sons e ruídos seriam, assim, uma forma da abafar esta voz, ou de pelo menos fazer com que ela seja menos escutada.
É provável que eu tenha que conviver com minha voz interior com mais frequência que a maioria das pessoas. Talvez isto me torne melhor que os outros, talvez não. Como o convívio social para mim é um pouco mais raro, me parece que isto tem me tornado um pouco mais tolerante com as pessoas. Assim, o fato é que para mim o silêncio simplesmente é benéfico.

Fonte:Blog Du Bois

Leia ainda:
(2) BARZUN, J. Da alvorada à decadência, a história da cultura ocidental de 1500 aos nossos dias. Rio de Janeiro: Campus, 2002

terça-feira, 18 de março de 2008

Mesmo atrasado... parabéns Blog do Pempem

Queria deixar registrado aqui ,mesmo atrasado meus parabéns ao Luciano Fernandes do Blog PEMPEM por seus dois anos de sucesso, foi graças a ele que eu hoje tenho um Blog, ele foi a fonte inspiradora, cara, te digo uma coisa, persevere irmão, o caminho é longo e a paisagem nem sempre é bonita, mas é o que você planta ao longo do caminho que conta....parabéns cara.

Alongamento x Aquecimento


Pra quem leu o post anterior e quiser se aprofundar mais na questão de Alongamento x aquecimento, segue matéria muito interessante...

O alongamento é largamente utilizado como parte do processo de aquecimento nas mais diversas práticas de atividade física, geralmente com três objetivos principais: aquecimento geral, meio para evitar lesões e meio para melhorar a performance esportiva .....LEIA MAIS CLICANDO AQUI

Necessidade do alongamento antes do exercício divide especialistas


Quando comecei a escalar a dica que mais recebi foi:

Aqueça e alongue sempre antes de começar a escalar, mas existem hoje vários especialistas que discordam , e chegam até a afirmar que o alongamento pode ser prejudicial, eu sou meio cabeça dura e nunca fui muito de me alongar, estou sobrevivendo , mas opiniões a parte, segue mais uma matéria polêmica....

Dados científicos ainda são inconsistentes para saber o que é melhor: alongar ou aquecer.Profissionais da área recomendam que a pessoa só se alongue caso se sinta bem.


Em 2004, o Centro de Controle de Doenças, em Atlanta, organizou um painel de especialistas para tentar definir a eficácia ou não dos alongamentos. A conclusão final foi de que os dados científicos ainda são inconsistentes para chegar a essa definição. Na prevenção de lesões, um aquecimento bem feito e progressivo traz mais resultados do que o alongamento. A ativação inicial dos grupos musculares que serão utilizados nas atividades pode trazer proteção aos atletas. A eficiência do aquecimento é talvez o principal fator de confusão na discussão sobre os alongamentos, pois na maioria das pesquisas realizadas até hoje o aquecimento muscular se mistura às práticas de alongamento. As características de cada esporte, privilegiando, flexibilidade ou força, cria mitos e crenças nos atletas e técnicos que tornam ainda mais difícil a discussão e a proposição de pesquisas comparativas. Existem evidências científicas que demonstram em laboratório que o alongamento pode diminuir transitoriamente a força muscular.O problema está no fato de esses dados de laboratório não se sustentarem no mundo real. No final das contas, como a polêmica persiste, a recomendação dos especialistas é de que se a prática fizer a pessoa que pratica exercícios se sentir bem, que continue se alongando. Já para os atletas a decisão fica para a comissão técnica.

Fonte da notícia: G1.Globo.com

terça-feira, 11 de março de 2008

CANCELAMENTO CAMPEONATO BRASILEIRO ETAPA RJ


Como a vida as vezes é estranha, enquanto por um lado lemos na Go Outside deste mês, notícias maravilhosas sobre a escalada e nossos atletas, por outro, recebemos um email noticiando o cancelamento da etapa do campeonato Brasileiro de escalada, espero que todos que direta ou indiretamente poderiam colaborar para este evento , estudem formas para que este evento aconteça ano que vem, e vire referência. ( Alex)

Realmente é muito triste, mas a etapa do campeonato Brasileiro de Escalada esportiva, na etapa Rio de Janeiro, está cancelada.Para mim há algo de estranho no Rio de Janeiro. A cidade do Rio de Janeiro é conhecida como um dos maiores centros de escalada urbanos existentes. Há MUITOS escaladores, possui uma federação de escalada e montanhismo referência no Brasil, tem um festival de cinema de filmes de montanha, existem escaladores que são verdadeiros mitos, porém não consegue manter um campeonato de escalada.Se há patrocínio para a abertura de temporada, para o festival de cinema, para as "porralouquices" que a rede globo faz na praia para o esporte espetacular, é triste não haver uma abertura para o campeonato brasileiro de escalada. Campeonato este que este ano teria 6 etapas, e premiaria a regularidade dos participantes.Confira abaixo o e-mail de cancelamento recebido :

Em 11/03/08, Patricia Mattos escreveu:
Venho comunicar o *cancelamento *do *Campeonato Brasileiro - Etapa RJ*,marcado para os dias 03 e 04 de maio de 2008, por falta de quorum para organização e consequentemente a estruturação do mesmo.Lamento que mais uma vez, apesar do meu esforço como responsável pelas competições da FEMERJ, fiquei impossibilitada de realizar sozinha, um evento tão importante para o calendário da escalada esportiva aqui no Rio de Janeiro.Espero que para o ano que vem haja mais interesse por parte das pessoas envolvidas com a escalada esportiva de competição no Rio de Janeiro, para realizar enfim uma etapa tão importante para todos nós.Gostaria de comunicar que essa etapa que está sendo cancelada, aconteceria na ATM (Abertura de Temporada de Montanhismo).*A ATM acontecerá normalmente sendo que a data mudou para 27 de abril de 2008.*Gostaria também de comunicar que as etapas estaduais aqui do RJ acontecerão conforme divulgado anteriormente.Atenciosamente,Patricia Mattos. - Competições - FEMERJ*

NO TOPO

O ANO COMEÇOU QUENTE PARA A ESCALADA ESPORTIVA E O MONTANHISMO BRASILEIROS. E TEM MUITO MAIS POR VIR...

(MARIO MELE E MARILIN NOVAK)

EM APENAS TRÊS MESES, 2008 já subiu mais paredes do que muitos anos anteriores na escalada brasileira. Teve Cesinha e Belê faturando o Master de Pucón e Felipinho encadenando uma das vias mais difíceis do Brasil e virando notícia lá fora. E este mês tem a volta de Rodrigo Raineri ao Everest, para uma nova tentativa de chegar ao cume sem oxigênio artificial. Abaixo, uma geral nesses e em outros feitos que já tornam 2008 especial para os amantes das paredes.

Dominação brasuca

SEGURA-TE CÉSAR: O paulista César Grosso dominou o 2º Master de Pucón, no Chile

Os escaladores que estiveram em Pucón (Chile) nos dias 1 e 2 de fevereiro viraram as costas para o vulcão Villarrica e se concentraram no 2º Master de Pucón, um desafio de boulder que reuniu 54 escaladores - 38 homens e 16 mulheres - de seis países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Estados Unidos e o Brasil, que dominou a área. César Grosso (um de nossos Outsiders 2007) ficou em primeiro lugar e André "Belê" Berezoski em segundo, por apenas uma agarra de diferença. A brasileira Janine Cardoso foi a terceira melhor colocada entre as mulheres nas paredes artificiais montadas na praça central da cidade, atrás da campeã de 42 anos, Sara Alwin, e de Soho Langbehn, de 16 anos, ambas chilenas.

Com o feito, Cesinha e Belê colocaram a mão na bolada de US$ 8.750, mais de 60% da premiação destinada aos homens. Mas o maior motivo de felicidade foi terem superado o fenômeno Daniel Woods, uma referência da escalada mundial, que ficou em terceiro. O norte-americano calibrou sua reputação ano passado ao mandar o boulder Jade, um v15 de extrema dificuldade que fica no estado do Colorado (EUA). Aos 18 anos, ele tem apoio das grandes marcas mundiais de montanhismo, entre elas a North Face, também uma das patrocinadoras do Master. Ou seja, o convidado de honra chegou ao evento com todos os holofotes voltados para si. A vitória dos brasileiros foi uma prova de que a nossa escalada já está num patamar bem mais alto do que nos anos anteriores.

O primeiro dia em Pucón foi de eliminatórias, no sistema "à vista": cada escalador tinha seis minutos para concluir um boulder e mais seis minutos para descansar, antes de partir para o próximo. Cesinha foi o primeiro a se classificar, completando três boulderes em três tentativas e garantindo a vaga para a semifinal. "Fiquei feliz, mas a competição estava apenas na metade. Tinha que continuar me empenhando", contou.

No dia seguinte, a semifinal foi disputada entre oito escaladores, com quatro chegando ao boulder decisivo. Cesinha foi o último a entrar nesse último boulder. "Estava adrenalizado. Coloquei o fone de ouvido e me concentrei nos movimentos que executaria". Pilhado pelo rock de Sex Pistols, Sepultura e Rage Against The Machine, Cesinha entrou confiante para o tudo ou nada. Depois de alguns movimentos grudados na parede, ele conseguiu tocar uma agarra um centímetro mais alta do que a que Belê tinha alcançado.

A derrota milimétrica não diminuiu a satisfação do vice. "Foi o melhor campeonato de boulder de que já participei em 16 anos de competição. Além da energia do local, a premiação foi maior do que em qualquer etapa do mundial", conta o paranaense radicado em São Paulo Belê.

Façanha internacional

ENERGIA DE SOBRA: Em janeiro, Felipe Camargo, 16, foi até o final de uma das vias mais difíceis do Brasil

Depois de garantir a melhor colocação sul-americana em um Campeonato Mundial de Escalada Esportiva - 27º lugar, na Espanha, em setembro de 2007 -, Felipe Camargo provou novamente que faz parte da elite do esporte, mesmo tendo apenas 16 anos. Em janeiro ele encadenou (completou sem cair) a via Coquetel de Energia, o primeiro 10c aberto na América Latina, inaugurada em 2000 e até hoje considerada uma das mais difíceis do país.

A Coquetel fica num paredão de 15 metros na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e suas minúsculas agarras já tiraram o sono de muito escalador experiente. "Quando comecei a escalar, em 2001, vi o carioca Helmut Becker num vídeo encadenando a via pela primeira vez. Fiquei impressionado e sonhei conseguir repetir o feito um dia", conta Felipinho.

Em 2007, Felipe se dedicou a maior parte do tempo aos campeonatos indoors. Quando a temporada de competições acabou, ele voltou à rocha e na primeira oportunidade que teve saiu de São José do Rio Preto (SP), onde mora, e foi direto para o Rio tentar a Coquetel. Seu trabalho ao ar livre durou três dias, com cinco tentativas na via. A cada queda, Felipe recomeçava do zero. "É uma via curta e grossa, de apenas 30 movimentos bem concentrados, que exigem muita força", conta. A ascensão vitoriosa, no dia 4 de janeiro, durou cerca de seis minutos e foi uma das subidas mais rápidas já registradas na Coquetel.

Com o êxito, o nome do brasileiro repercutiu na mídia internacional especializada, afinal, não é todo dia que um escalador brasileiro de 16 anos leva a melhor num paredão que demanda tanta técnica e resistência. Felipe foi notícia no site da revista espanhola Desnivel (desnivel.com), no site francês Kairn (kairn.com) e no site que organiza o maior ranking virtual do mundo da escalada (8a.nu).

"Foi a via mais difícil que fiz. Mas será por pouco tempo", garante Felipinho. O foco agora é o Campeonato Mundial Juvenil, que será realizado em agosto na Austrália. "Também pretendo representar o Brasil no World Games, em 2009, em Taiwan". Mas para garantir uma vaga nos jogos que reúnem mais de 30 diferentes esportes reconhecidos pelo COI, mas ainda não-olímpicos, ele precisa disputar algumas etapas da Copa do Mundo de 2008 e ser o melhor atleta americano. "Comecei o ano bem e estou motivado para treinar e correr atrás dos meus sonhos", afirma o garoto prodígio.

Reconciliação Rodrigo Raineri quer definitivamente fazer as pazes com a montanha. Depois de seu amigo e parceiro de esporte, Vitor Negrete, morrer ao descer do Everest na temporada de 2006, o paulista de Ibitinga se prepara para retornar à montanha mais alta do mundo em março para se aclimatar e esperar a janela de tempo que possibilitará a investida ao cume.




Em 2005, na primeira ida da dupla ao Everest, somente Vitor chegou ao cume, utilizando oxigênio engarrafado. Em 2006, Vitor e Rodrigo subiram até o acampamento 3 do Everest pela face norte, considerada a mais difícil. Por diferenças de aclimatação - fato comum quando se está acima dos oito mil metros de altitude - eles não realizaram juntos o ataque final ao cume. Apenas Vitor subiu, alcançando o topo sem oxigênio suplementar. Infelizmente, o desgaste foi grande e Vitor teve que ser socorrido por um sherpa na descida, morrendo horas depois de chegar ao acampamento 3.

Em outubro de 2007, Rodrigo chegou a subir algumas montanhas no Nepal. "É complicado voltar pro Everest, mas fiz um preparo físico e psicológico para conseguir estar em paz comigo e com a montanha", conta. A partir de novembro, ele intensificou os treinamentos, praticando musculação para fortalecer a região lombar e natação para melhorar a respiração e ganhar resistência.

Desta vez, a subida será pela face sul. O principal desafio continua sendo não recorrer ao oxigênio extra, mas há outros lances a serem superados, como a cascata de gelo do Khumbu, onde as gretas em constante movimento deixam o lugar parecido com um labirinto. Segundo Rodrigo, outro ponto que merece atenção é a face de Lhotse, uma passagem obrigatória para quem escala o Everest pelo flanco sul. O caminho pelo paredão glacial oferece iminente perigo de avalanches. Para minimizar os riscos em ambos os trechos, o montanhista precisa fazer uma análise minuciosa das condições do clima. Rodrigo subirá com o montanhista e médico Eduardo Kappke, que não abrirá mão do oxigênio suplementar enquanto acompanha Rodrigo.

A aventura poderá ser acompanhada pelo site rodrigoraineri.com.br, atualizado diretamente da montanha por meio de internet via satélite.

Rumo ao Olimpo
No finalzinho de 2007 (10 de dezembro) a comunidade da escalada esportiva internacional recebeu uma notícia pra lá de animadora: o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconheceu a modalidade como olímpica e a Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) como a federação oficial desse esporte no mundo (como a Fifa para o futebol).
Na prática, ser reconhecida pelo COI coloca a escalada na linha de frente da disputa por uma vaga no seleto grupo de esportes que compõem os Jogos Olímpicos, que têm um número de modalidades limitado para não ficar "inchado" e de difícil realização. Ou seja, só entra um novo esporte quando outro sai. "Existem várias modalidades na fila, solicitando inclusão", explica Silvério Nery, da Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo, a Femesp. "Ganha a modalidade que tem mais países federados e atletas em mundiais", ele explica. Ou seja, é o início de um longo processo para a escalada. "Sendo otimista e realista, podemos pensar nos Jogos de 2020", supõe Silvério.

A inclusão da escalada na disputa rolou principalmente por causa da boa atuação da IFSC, órgão criado no começo de 2007, e que promete tratar a modalidade como um esporte sério, estimulando, por exemplo, o trabalho de base. "Finalmente a escalada passou a ser gerenciada exclusivamente por líderes e esportistas. Ela é uma autêntica federação e por isso foi reconhecida pelo COI mais rapidamente que qualquer outro esporte", conta Silvério.

E mesmo que demore mais de uma década até vermos escaladores subindo paredes olímpicas, fazer parte do chamado Movimento Olímpico - composto pelo COI, pelos comitês organizadores dos Jogos, pelos comitês nacionais (como o COB) e pelas federações e confederações reconhecidas - já traz benefícios à modalidade. "Este estágio agrega grande potencial de crescimento ao esporte", explica Silvério. Com a inevitável exposição da modalidade na mídia, fica mais fácil chamar a atenção dos patrocinadores e estimular a entrada de novos atletas.

Fonte:Go Outside


Veja esta matéria e muitas outras na revista GoOutside deste mês

As lesões e o uso das mãos na Escalada



Você sabia que:

1- Metade dos escaladores de ginásios sofreram ferimentos sérios no ano passado, que os imobilizaram por pelo menos um dia.
2- Um terço tem excesso lesões crônicas como no cotovelo e no ombro, além de tendinites.
3- Mais de um quarto sofreram mais de uma lesão nas mãos e nos dedos. São cortes no tecido epidérmico por forçar as mãos mais do que suportam.
4- No entanto, apenas 10% das lesões vieram de quedas.

Esse é o resultado de um levantamento feito na Inglaterra, com mais de 200 escaladores e foi publicado em Dezembro no “British Journal of Sports Medicine”, com o título "The epidemiology of rock climbing injuries" (A Epidemiologia das Lesões na Escala em Rocha).
Os autores também descobriram que os escaladores são muito mais teimosos do que se pensava, isso quando se trata de procurar ajuda médica.
Apenas 11% procuraram um médico
18% procuraram um fisioterapeuta para o tratamento
14% pediram a ajuda de outros escaladores.
Pelos menos os escaladores não se lesionan tanto quantos bailarinos.
Ttambém na Inglaterra, descobriu –se que 80% dos profissionais de dança sofreram pelo menos uma lesão nos últimos 12 meses.
O estudo sobre os bailarinos também constatou que 25% tiveram problemas alimentares como a anorexia ou bulimia.
Esta questão não foi tratada nos estudos sobre o escaladores, mas estima-se que distúrbios alimentares são quase tão comuns nos escaladores esportivos e de boulder quanto em outras atividades.
Este estudo reforça o perigo da “overdose” de rocha, como em qualquer outro esporte.
Muitas lesões sucessivas podem levá-lo a uma situação irreversível.
Mas essas lesões também são as mais fáceis de serem prevenidas, isso quando tratadas adequadamente e aliada ao desenvolvimento proporcional da musculatura, além de uma boa alimentação.

No artigo “O Correto uso das Mãos na Escalada Esportiva”, escrito por Plínio Matos para o Blog do Baldin, dá uma boa idéia de como usar as mãos corretamente, evitando assim muitas lesões desnecessárias.

Fontes:Cordada Infinita (Blog do Pempem)

Silêncio e solidão


Edson Struminski (Du Bois)

Muitas pessoas me perguntam a respeito de viver nas montanhas, algo que faço já a 15 anos. Se o silêncio e a solidão das montanhas deprimem, incomodam ou trazem algum tipo de malefício. Uma pessoa a quem estou aprendendo a gostar também se mostrou curiosa (talvez preocupada?) a respeito da solidão que eventualmente eu sentiria em morar, digamos, isolado do mundo.
Percebo que nossa cultura ocidental tem dificuldade em lidar com o silêncio e a solidão. No mundo oriental aparentemente esta dificuldade é menor. A cultura oriental valoriza o silêncio como pressuposto para um processo meditativo e a solidão pode ser encarada como momento para um crescimento espiritual. Nada disto exclui, me parece, o convívio humano. Aliás, solidão, como se sabe, não é um mérito do isolamento social. Muitas pessoas são solitárias mesmo vivendo em ambientes com grandes aglomerações humanas.
A solidão não é, portanto, um componente exclusivo de quem vive afastado do convívio social. Neste sentido, me parece, se você opta conscientemente em viver mais isolado da sociedade, não necessariamente a solidão lhe parecerá negativa. Talvez até ao contrário, será um momento para uma concentração mental não só do tipo espiritual como disse no início, própria de monges e religiosos, mas também intelectual, eventualmente filosófico, como Henry Thoreau fez no século XIX ao viver no meio dos bosques norte-americanos, com o intuito de criar uma cultura original, não europeizada para seu país.
Thoreau repudiava a sociedade burguesa e confiava na força do seu individualismo para se livrar dos seus vínculos comunitários e a partir daí elaborar sua cultura refinada (naturalismo, desobediência civil) que finalmente concedeu para o resto da sociedade na forma de alguns livros (1).
O isolamento pode ser também do tipo racional, como aquele necessário para produzir um trabalho científico altamente exigente. Se você for uma pessoa com formação em ciências naturais (biologia, geologia, geografia), provavelmente ocupará seu tempo conhecendo e manejando o ambiente onde vive, realizando transformações que possam ser benéficas para a natureza.
Nada disto exclui, na verdade, a sociedade. Jacques Barzun comenta (2) que mesmo Thoreau levou a civilização consigo para sobreviver na floresta: roupas, sementes, pregos, madeira, produtos de um esforço social. Assim também é comigo. Para sobreviver tenho que ter o convívio social, embora, imagino, ele seja mais seletivo do que acontece com a maioria das pessoas.
No mundo da montanha, o guia da cordada e o escalador solitário (com corda) ou em solo (sem corda) também convivem momentaneamente com a solidão. A solidão de ter de tomar decisões importantes sozinho e sofrer as consequências delas. Algumas, no caso do escalador solo, com graves implicações até para a sobrevivência dele. Já fiz muitas escaladas em solo ou em solitário e sobrevivi. Isto significa que esta modalidade de solidão também não foi prejudicial para mim pois aguçou minha concentração naquilo que era realmente importante, ou, ao menos, não deixou sequelas de nenhum tipo que fizessem com que eu lamentasse minhas decisões.
O mérito do silêncio
Já o silêncio é sim um mérito dos ambientes naturais onde vivo. Mas que silêncio é este? O vento bate nas árvores. Ao longo do dia posso escutar vários pássaros. O rio no fundo da minha casa nasce na montanha e nunca vi ele deixar de correr e fazer seu ruído característico. Os mosquetões tilintam quando escalo. Pode-se dizer então que este “silêncio” das montanhas é um contraponto à cacofonia da civilização, particularmente daquela estressadamente urbana. Mas mesmo que esta imagem que passei para vocês pareça agradável, assim como a solidão, as pessoas tem dificuldades de conviver com o silêncio, com este tipo de silêncio que descrevi. Já nascem em um ambiente ruidoso e cercam-se de máquinas particularmente barulhentas. Talvez a dificuldade aí esteja em escutar a chamada “voz interior”, que costuma aparecer comumente para as pessoas apenas quando, digamos, acaba a energia elétrica e todas as possibilidades de se controlar a produção de ruídos externos. Talvez o medo de escutar esta voz incomode as pessoas. Os sons e ruídos seriam, assim, uma forma da abafar esta voz, ou de pelo menos fazer com que ela seja menos escutada.
É provável que eu tenha que conviver com minha voz interior com mais frequência que a maioria das pessoas. Talvez isto me torne melhor que os outros, talvez não. Como o convívio social para mim é um pouco mais raro, me parece que isto tem me tornado um pouco mais tolerante com as pessoas. Assim, o fato é que para mim o silêncio simplesmente é benéfico.

Leia ainda:



BARZUN, J. Da alvorada à decadência, a história da cultura ocidental de 1500 aos nossos dias. Rio de Janeiro: Campus, 2002

Técnicas de Montanhismo na internet: Problema ou solução?




Com a popularização da internet multiplicaram-se também uma infinidade de sites, blogs e portais sobre diversas modalidades esportivas e de aventura, dentre elas o Montanhismo. Na verdade o Montanhismo é o nome que classifica o ato de se galgar montanhas, seja por uso de equipamentos técnicos ou não. Uma atividade que requer obrigatóriamente a observação, conhecimento técnico,experiencia prática, preparo físico e equipamentos adequados as sub-modalidades a que o praticante se disponha a realizar. As sub-modalidades dentro do Montanhismo são várias, de caminhadas simples em campos de altitude até escaladas a grandes paredes com a necessidade de uma infinidade de aparatos que demandam extrema capacidade técnica e logística.É necessário salientar que o Montanhismo é uma atividade de risco onde o desafio principal é superar os obstáculos prevendo, calculando e transpondo estes riscos afim de completar o percurso, chegando a um cume ou atravessando uma rota. Obstáculos estes que não são somente físicos, logísticos ou meteorológicos mas também psicológicos, pois cada indivíduo tem dentro de si seus próprios receios e limitações, os quais são determinantes saber controlar e respeitar para não correr riscos desnecessários ou mesmo colocar todo um grupo em uma situação ruim. Portanto é extremamente necessário saber que quem quer que se disponha a buscar conhecimentos de Montanhismo que não o faça única e exclusivamente na Internet ou por livros, que são fontes de informação adicional mas NUNCA poderão substituir um curso presencial onde as técnicas são ensinadas na PRÁTICA por um professor capacitado e experimentado e caso seja possível homologado por alguma Federação (FEMESP, FEMERJ).Amigo Montanhista, tenha senso crítico para aproveitar as informações da internet, absorva as que lhe forem úteis filtrando e analisando o conteúdo e a razoabilidade de cada uma delas mas nunca se esqueça de que o mais importante é fazer um bom curso e escalar bastante! E não esqueça do capacete!

Mulheres quentes na pedra


(CLIQUE NA FOTO)

O dia não poderia ter sido melhor: sol, calor e muita mulher bonita...
O que aconteceu sábado na Urca pode ser considerado o início de um movimento que pode tomar grandes proporções no futuro. A “invasão” no Morro da Babilônia pode passar a ser conhecida como A Invasão Feminina na Urca. Antes das sete horas da manhã, no sábado (8/3), a mulherada começava a preparar a “invasão”. O dia estava perfeito e o sol já prometendo que também não perderia o evento. Por volta das 8:30h o Babilônia já estava totalmente tomado pelas mulheres que faziam bonito e mostravam que o dia, mais uma vez, era realmente delas.
“O que está acontecendo hoje aqui é uma confraternização devido ao grande número de escaladoras que se conhecem e são amigas. O processo de reunir e criar esse encontro foi acontecendo naturalmente”, disse Rosane Camargo após terminar sua escalada.
Depois da “ralação” veio a comemoração no “Último Móvel” da Urca. Foi uma festa para mulher nenhuma botar defeito, com direito a sorteio de brindes, muitas fotos e até champanhe para brindar o sucesso do evento - que foi literalmente quente, em todos os sentidos!Para o ano que vem elas vão tentar um patrocínio para a produção da camiseta, pois o número de escaladoras vem crescendo muito. “No próximo ano nós pretendemos que a invasão ocorra não somente no Babilônia, mas em várias outras vias da Urca”, acrescentou Rosane, com a esperança de contar com mulheres de outros estados para os próximos eventos.

sábado, 8 de março de 2008

Dia internacional das mulheres


Minha mãe querida e seu fiel escudeiro xin (este garoto faz uma falta, perdemos ele a alguns meses)

Ana Cecilia Pereyra


O real sentido da palavra heroína não remete a alguém com poderes sobrenaturais que surge à noite para salvar a cidade das garras de algum ser malvado. A verdadeira heroína é a que foi vencendo obstáculos à medida que surgiram os obstáculos.
O seu trabalho consiste em algo mais difícil do que capturar o delinqüente mais procurado. O seu objetivo máximo é aquele que melhor sabe fazer: educar o ser humano e dar amor.
O sexo feminino é a principal fonte de subsistência, pois não apenas concebe uma criatura em seu ventre, mas a conserva, deixa-a crescer em seu interior, sempre consciente de que o que está dentro dela é um milagre que irá mudar a sua existência. Assim é como a mulher se torna mãe, não apenas potencialmente, mas dando início ao ato da maternidade.
Uma mãe não se separa do seu filho até que este seja capaz de se virar por conta própria e, quando chega esse momento, aquele ser maravilhoso trará impresso o selo de quem o educou e o levou pelos caminhos da melhor educação.
Na grande maioria das vezes, aclamamos ilustres personagens da história por suas grandes obras, por suas idéias, pela sua maneira de mudar o mundo por meio de sua luta. Poucas são as pessoas que param e se aprofundam em tal admiração e se dão conta de que os maiores filósofos, cientistas e escritores tiveram mãe. Uma mulher ao seu lado, sempre velando pelo seu bem e mantendo-os em suas entranhas. Alguém que foi capaz de os ver crescer até onde foi possível e até que seus olhos estivessem cansados. No fim das contas, foi uma mãe quem deu o impulso para que um grande pensador contribuísse com suas idéias e invenções, desde os pré-socráticos aos intelectuais mais próximos a este século.
Você, que é mãe, tem uma grande oportunidade de formar um líder. Deve se sentir privilegiada e orgulhosa, pois foi entregue a você a ocasião perfeita de impulsionar heróis para a sociedade.
Você, condutora de cada passo, educadora do futuro, heroína oculta

Ana Cecilia Pereyra, Colaboradora do site Mujer Nueva
Fonte: site Mujer Nueva - www.mujernueva.org
Publicado no Portal da Família em 05/03/2007

Quando amor e habilidade trabalham juntos, espere por uma obra prima

John Ruskin

sexta-feira, 7 de março de 2008

Medo de Queda

Alguns dos escaladores dos quais admiro muito é o André "belê" Berezosky. Sempre muito reservado a conversas, e muito mal interpretado por isso. Sempre foi um exemplo de dedicação em treinos e na escalada. Este Artigo escrito em seu site, resume bem como ele dentro da escalada é um profissional sem sombra de dúvida.

Muitas horas de treino em ginásio, todas suas ecônomias investidas no melhor equipamento e os resultados não chegam. Será porque o medo limita suas possibilidades como escalador quando está guiando? Não temos a receita da valentia, mas as linhas a seguir o ajudarão a LUTAR CONTRA O MEDO DE CAIR.Não há dúvida de que para se tornar um bom escalador, rápido e eficaz você tem que treinar muito. Os medos mais enraizados, as relações sociais, companheiros de escalada desatentos, não sentir a necessidade de provar a si mesmo ou simplesmente ter caído pouco, são os fatores que podem limitar o rendimento na escalada - principalmente nas mulheres.

Rumo ao Objetivo

Para alcançar a meta desejada não existe remédio senão fazê-la passo a passo, tanto guiando vias fáceis quanto trabalhando uma via mais difícil, e de vez em quando escalar à vista alguma via que esteja em seu limite ou acima dele.Existem muitas boas razões para se tornar um escalador que sempre vai guiando, e não “chupando” corda ( top rope ). Uma, é que, ao encadenar uma via guiando, não resta nenhuma dúvida de tê-la feito sozinho (sem ajuda da corda). Melhor ainda, a corda não está à frente do seu rosto atrapalhando a paisagem. Quando olha para cima não há nada, somente parede. Com o tempo, você se concentrará somente nos movimentos mais próximos ( neste momento você conhecerá melhor seus limites e suas forças ). O top rope bem dosado pode ser benéfico para progredir, mas pode constituir uma barreira. Escale guiando e aos poucos.Lembre-se sempre de que se pode adquirir maus hábitos praticando o top rope em excesso, como se jogar de qualquer jeito nas agarras no lugar de utilizar a técnica, a precisão, a eficácia e a habilidade necessária para conseguir graus mais altos.

Apredendo a Escalar Guiando

Comece guiando em graus que estejam bem abaixo da dificuldade na qual cairia em top rope. Experimente “triunfar” guiando antes de iniciar as quedas.Há pessoas que acabam consigo mesmas ao afirmar que: se podem subir um 6º em top rope, então escalar um 5º guiando não vale a pena. Acreditam que nunca serão capazes de escalar guiando em seu limite, por isso voltam rápido a escalar de segundo. Quando for escalar com seus amigos, insista em escalar guiando tantas vezes quanto eles, ainda que tenham um nível superior, não haverá problema de lhe fazerem segurança em vários 6º depois de vê-los entediados trabalhando um 9 ou 10º. A única maneira de conseguir uma boa predisposição para escalar guiando é escalando muito guiando, sendo assim, dividir o tempo com os amigos é imprescindível.

Medo de Cair

Se faz tempo que você tenha caído pela última vez ou nunca tenha voado, então prepare sua mente para cair (sobre um bom parabolt ou em ginásio) a altura do peito. Isso, em geral, elimina qualquer dúvida irracional sobre a resistência das ancoragens, a ruptura da corda, etc. Pessoalmente, creio que dá mais medo saltar premeditadamente de 2 metros de altura, do que cair inesperadamente de 4 metros enquanto se tenta fazer algum movimento difícil. Ao invés disso, trate de fazer vias que sejam seguras mas difíceis e deixe que ocorra o que tem de acontecer.Também ajuda, utilizar ou descobrir, truques mentais que contribuam para superar o medo de cair. Por ex.: se for tentar uma via à vista, que seja difícil para você, estude as quedas potenciais antes mesmo de encordar-se. Se essas quedas não forem perigosas ( bicos de pedras, platôs, etc. ) trate de se convencer antes de começar a escalar de que nada acontecerá, assim poderá relaxar e se concentrar por completo no encadenamento da via.

Encadenando ao Limite

Outro bom sistema para aprender a escalar guiando é trabalhar certas vias. Escolha um projeto ao seu alcance “mas não muito fácil” e comece trabalhando em top rope ou clipando desde baixo (mesmo que precise pendurar-se nas costuras). Uma vez aprendido os movimentos, tente encadenar a via sem quedas. Este sistema impressiona menos do que escalar à vista, e constitui por si mesmo um incrível processo de aprendizagem. Também é o método que utilizam muitas das estrelas da rocha para encadenar suas vias mais difíceis.A confiança em sua segurança é essencial para tornar-se um bom guia de ponta de corda. Pessoalmente é mais agradável escalar quando quem faz sua segurança está atento, já que a escalada esportiva possui costumes diferentes da escalada tradicional em relação a segurança.Procure um segurança que deseja sinceramente que você tenha êxito, que anime você a buscar formas diferentes, que seja rápido em avisar se acidentalmente você clipar a corda errado, se enroscar a perna na corda, ou que este “segue” lhe dê a corda rápido quando for costurar.

A vista com Vista

Sem dúvida todo mundo tem dias inspirados e dias desastrosos, mas, sobre tudo, escalar guiando à vista esgota menos mentalmente quanto mais vezes você praticar. Quanto maior o medo de cair, mais convencido você tem que estar para seguir desafiando a si mesmo e ter a certeza de que irá progredir.A escalada à vista é muito mais aventureira e potencialmente mais estressante, mas também muito mais gratificante. Subir à vista pode ser que diminua algum grau do seu nível habitual, mas tem seu lado positivo. Por ex: não perder tempo esperando que alguém lhe diga os movimentos ou vendo como alguém subiu antes. E o que é mais importante, pode ser que quem faça a via antes de você não encontre a melhor seqüência de movimentos e a faça parecer mais difícil do que é, e isto te desconcentrará.

Dedica-se Já

Escalar guiando e escalar em top rope são, psicologicamente, esportes diferentes, assim, decida-se por ser um bom escalador guiando, que com o tempo tudo chegará. Um dia irá provar uma escalada à vista acima do seu limite e terá o momento da sua vida. Seguramente irá pensar que não pode seguir nem um segundo a mais pendurado em top rope. Fará um dinâmico não muito ajeitado mas acertará. Pode ser inclusive que faça uma tentativa a mais enquanto sua mão escorrega de uma boa agarra, e sua cadeirinha chore por não poder pendurar-se na corda.

Surpreenda a si mesmo e a todo mundo desfrutando do sonho de encadenar uma via guiando.

E que Fique Claro

Se você tem um bom segurança, o seguinte passo é marcar desafios pessoais tratando de fazer vias cada vez mais difíceis (evidente, não?).A coisa é muito simples: se não desafiarmos a nós mesmos em algumas vias mais difíceis, nunca vamos descobrir nossos verdadeiros limites.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Exposição de fotos : "Escalando por aí", com Bernardo Collares

Galera...

Exposição de fotos : "Escalando por aí", com Bernardo Collares

Dia : 08/04, a partir das 19:00

Local: CERJ, av: rio branco, 277, 805.

O Bernardo vai expor algumas fotos de suas viagens em diversos Estados do Brasil e na Argentina.Vamos prestigiar o nosso Presidente da Femerj!!!!!!!

Fonte:Liane Leobons para a lista da Femerj

Alain Robert, o reizinho da França (Sábias palavras)

Um assunto que muito me chamou a atenção na semana passada, foi a repercussão da es"cagada" que o Alain Robert("Homem aranha "Francês) fez no terraço Itália, li muitos emails com várias opiniões, eu particularmente fiquei decepcionado com as atitudes e palavras do Chamado Homem Aranha, mas as melhores palavras li no Blog do meu amigo Oswaldo"Baldin" como diz o complemento do titulo do meu Blog, sábias palavras....

Por: Eliseu Frechou

Sempre tive uma boa impressão de Alain Robert por conta de suas escaladas. Lendo a entrevista que ele fez ao UOL http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/02/27/ult23u1259.jhtm essa boa impressão foi se desfazendo. Nas suas respostas ele demonstrou ser uma pessoa arrogante e prepotente.
+ sim, a polícia brasileira é despreparada, mas nem todos são maus policiais e coniventes com o crime. Gente boa e gente ruim existe na polícia e na escalada;
+ o Brasil foi e ainda é sugado por países como a França, se houvesse mais dinheiro para equipar a polícia, certamente não deveria ser usada para aulas de francês;
+ se algum de nós fosse preso na França pelo mesmo motivo que ele, além de não haver nenhum policial para nos atender em português, certamente seríamos deportados.
O camarada foi bem recebido em nosso país, fez uma ação ilegal, xingou, falou que tudo é feio, e ainda tá bravo porque não ganhou uma grana? Suas respostas e comportamento são uma vergonha para os franceses, os escaladores, e para a reputação dele próprio.
Mostrou que por traz da aparente diversão que ele demonstra ser a escalada dos prédios, ele está apenas interessado em dinheiro e satisfazer seu ego. Pra mim, restou a imagem de uma pessoa extremamente pobre de espírito, que veio ao Brasil agindo como se fosse um reizinho visitando sua colônia.
Ele é um excelente escalador, mas ainda falta muito para evoluir como pessoa.
Nota ZERO para o Alain.


terça-feira, 4 de março de 2008

PESSOAS FUNDAMENTAIS: JUSSARA NERY, MONTANHISTA,VOLUNTÁRIA NA FEMESP E APEE, MÃE, ESPOSA E TRABALHADORA.

Com a mão na massa e fazendo acontecer manutenção de trilha Pedra do Baú


Dizem que "por trás de todo homem existe sempre uma grande mulher", esta máxima não deixa de ser verdadeira na maioria dos casos e não poderia ser diferente com nossa primeira dama e acumuladora de funções Jussara Nery, uma das mulheres com "tripla" jornada de trabalho, montanhista de longa data, secretária da Femesp, mãe de dois rapazes, o Pedro e o Daniel, esposa de Silverio Nery (presidente da FEMESP e CBME) e ainda sobra um tempinho pra trabalhar como gerente de vendas em uma empresa de comercio de equipamentos de segurança...ou seja , é daquelas mulheres que definitivamente "põe a mão na massa" e faz acontecer.


Acompanho o trabalho de "bastidores" da Jussara há alguns anos e devo dizer que é daquelas pessoas que fazem a diferença, pela dedicação, pela competência e carinho com que executa todas as coisas que lhe são pedidas e mais as que ainda inventa.


Mas este trabalho que é de extrema importância quase nunca aparece para o público, afinal na hora de fazer a entrevista os meios de comunicação sempre vão atrás de quem possui os cargos, presidentes, diretores, que com certeza são muito importantes, mas desta vez queremos que vocês conheçam Jussara Nery.



1) Há quanto tempo vc. pratica montanhismo e dentro do montanhismo qual sua atividade preferida?


Comecei a curtir montanhas em 1976 quando fiz minha primeira viagem de mochila, de SP a Bariloche, só de carona e trem. Na época quase não se falava em montanhismo no Brasil, mas subi o Cerro Lopes até o refúgio para chegar perto da neve. Depois disso não parei mais de viajar e caminhar. O curso de escalada em 91 deu outra visão e novas possibilidades. Mas o grande prazer mesmo para mim era caminhar, fazer longas travessias.

2) Conte-nos um pouco da sua história como montanhista?


Continuando pois já comecei a contar um pouco da história, com a chegada dos filhos tivemos que adaptar as viagens para não parar e agregar a família. Caminhar é o mais viável, carregava um pequeno, fazia o maior andar e assim fomos até que eles começaram a carregar suas próprias coisas, começaram com a primeira travessia um com 8 e outro com 6 anos fazendo a travessia da Bocaina, a Trilha do Ouro. Na época dos meninos pequenos fazíamos muitas viagens de bicicleta também, outra coisa boa de se fazer com a molecada e curtir paisagens de montanha. Hoje são eles que carregam coisa para mim, claro. Ainda fazemos viagens juntos, a última foi em 2006, o circuito do Parque Torres del Paine no Chile e trilhas no Parque Los Glaciares, na Argentina, mas já fizemos várias aqui no Brasil, Bolívia e Peru.Muitas vezes viajamos sem os filhos, é pesado viajar em 4 quando sai tudo de um bolso só não é? Fizemos as clássicas no Nepal, tanto Circuito do Anapurna como Kala Pattar com aquele visual incrível do Everest. A primeira experiência com altitude foi um passo de 5400 m, Thorung La, com neve acima do joelho e vento de derrubar! Mas foi pura emoção, depois de 2 dias parado pois estava nevando, sair às 4 da madruga e chegar ao passo às 11 da manhã e ver o planalto Tibetano e muitos picos de 8000, de chorar mesmo.
Durante 3 anos tive em sociedade com Manoel Morgado uma agência dos sonhos de todo montanhista, chamava-se Altas Viagens, sugestivo o nome, eram viagens incríveis para o Nepal, Tibet, Vietnã, Índia e na Bolívia. Eram viagens que nós gostávamos de fazer, porém com um grupo pequeno, oferecendo a estratégia e a guiada. Os padrões eram quase de mochileiros, imaginávamos que como nós muitas pessoas ficariam apaixonadas pela aventura. Não foi bem assim, quem quer viajar com agencia quer conforto também e não aceita as situações inesperadas.Escalei gelo na Bolívia pois acompanhei vários grupos de curso de escalada em gelo na época da agência e isso me deu várias oportunidades.Continuo até hoje fazendo caminhadas e escaladas tranqüilas, que não exijam grandes empenhos pois não consegui me aprimorar nessa modalidade.Na verdade, já fiz de tudo um pouco como muitas pessoas que gostam de montanhas.Não daria aqui para enumerar as viagens todas mas posso dizer que foram muitas e ainda muitas virão.

3) Você é muito envolvida com todos os trabalhos da FEMESP e APEE. Como começou seu trabalho voluntário nas duas instituições e há quanto tempo?


A FEMESP tem 6 anos mais 2 anos anteriores de elaboração, e estou nela desde o início. A APEE foi fundada no mesmo ano e também estou lá desde o início. Assim como no CMSM que atualmente está em processo de encerramento. Para minha infelicidade sou eu a fazer esta tarefa triste. Esse é um retrato do momento atual que vivemos.


4) Quais os motivos que te levaram a ser voluntária nessas instituições?


Acreditamos que as competições são o principal meio de crescimento do esporte e apesar de não escalar eu sempre dei a maior força para o esporte. É através das competições que somos reconhecidos como entidade esportiva perante os órgãos públicos. O montanhismo vem como esporte não competitivo e para puro deleite dos praticantes. Por que me envolvi? Por que eu gosto das montanhas e do montanhismo e só com uma instituição bem organizada e representativa vamos poder continuar praticando nosso esporte, lutar pelos acessos além de levar às pessoas uma mensagem muito importante que é a da preservação da natureza.Quero ver meus netos fazendo o que fazemos hoje, e se tudo correr bem vendo o que eu vi, pois já tive o desprazer de ver locais destruídos em menos de 20 anos. Isso é a força que me move a dar um pouco do meu tempo para a FEMESP.A APEE sempre foi pra mim uma forma de movimentar e divulgar a FEMESP assim como arrecadar verba para nossa subsistência. As pessoas não sabem mas temos que pagar contador e cada Ata que registramos em cartório temos que pagar, alem disso temos que pagar a CBME que por sua vez paga a UIAA. De onde vem esse dinheiro? Dos clubes filiados, que pagam muito pouco e dos campeonatos quando estes tem patrocínio, se não nem daí.Vendemos umas camisetas e arrecadamos mais uma verbinha, mas nada significativo. Esse é problema sério pois sem verba não continuamos a existir.

5) E como é ter tempo para tudo ?


Não tenho tempo para tudo, não sei o que faço pra dar conta de tudo. As vezes gostaria de ter a cabeça mais vazia, mas nunca está. Alem do trabalho, a casa, os filhos ainda moram lá, agora tenho as futuras noras, os dois gatos, a mãe, e é claro o marido.Mas isso é muito bom, tenho pessoas que gostam de mim a minha volta e ainda tenho amigos e conhecidos em todas as partes e acho que nunca vou me sentir só.

6) Você acha que existe reconhecimento por parte da comunidade de montanhistas, atletas e do trabalho que vocês realizam na FEMESP e APEE?


Uma palavra só, não, infelizmente, as empresas do ramo dizem que não vale a pena investir nos campeonatos ou nas atividades dos montanhistas, não sei em quem vale, mas eles não deram mais apoio nos últimos 2 anos. No inicio eram bem participativos gostavam dos resultados, mas sinceramente os próprios atletas e escaladores não apoiaram mais também. Imagine um campeonato sem público? Que vontade de patrocinar teria uma empresa onde sua marca seria vista por 100 pessoas? Alem disso não existe comprometimento dos atletas com as marcas que os apóiam, não dão retorno e ainda reclamam que foi pouco apoio recebido. São poucos escaladores que estão ai sobrevivendo de escalada, só aqueles que levam a sério a escalada e não querem apenas equipos e grana para viajar e escalar com grana de alguma empresa. É bom que eles saibam que é assim que os patrocinadores pensam.

7) É muito comum ouvirmos dos escaladores e montanhistas mais críticas do que sugestões ou elogios, sabemos que muitos apenas "falam" e na hora do "vamos por a mão na massa" e trabalhar eles desaparecem. Vocês tem recebido novos colaboradores, tem conseguido dividir tarefas e renovar o quadro de voluntários?


Esse trabalho de arregimentar é duro. Gostaria muito de estar agora apenas ajudando os novos diretores da FEMESP ou mesmo da APEE. Mas não temos tido muitos adeptos novos. No ano passado tivemos a colaboração forte de novas pessoas, não vou citar nomes pois eles sabem quem são, devido ao afastamento do Silverio presidente da FEMESP, devido a trabalho. Muitos arregaçaram as mangas mas o circulo ainda é pequeno, precisamos de mais participação nessa tarefa burocrática assim como nas atividades que provemos, sejam mutirões de limpeza ou de manutenção de trilhas ou vias de escalada, sejam elas campeonatos ou festas. Alem disso promovemos os Cursos de Iniciação ao Montanhismo o qual dá o direito a um Selo de Montanhista em sua carteirinha de sócio de qualquer clube filiado, emitido pela FEMESP.


8) Você acha que seria importante ter mais participação da comunidade, seja nos campeonatos da APEE e nas ações voluntárias pela FEMESP?


Nos campeonatos não só é importante como fundamental. Este ano estamos quase pensando em não faze-los, para quem? E por que? Precisamos repensar se devemos gastar tanto tempo com isso sem retorno. A APEE está pensando em fazer ações com crianças para criar a base e destacar novos escaladores. Seria um caminho para reforçar a base do esporte. Me impressiona ver que nos campeonatos os escaladores não vão ver os feras escalarem, seria uma boa oportunidade de aprender não acha? E as torcidas? Inexistem, parece que existe um clima forte de competição pessoal e um pouco de inveja de quem não consegue mandar bem.9) Quais as principais conquistas realizadas pela FEMESP e APEE e que na sua opinião foram relevantes?
Primeiro sobreviver estes 6 anos já foi uma conquista. Depois a criação do Adote uma Montanha e o tempo que esteve ativo (essa é mais uma frente que precisa de gente para tocar), o projeto mais bacana da FEMESP, na minha opinião, que agora devido a abrangência é da CBME. Também a criação das normas de Homologação de Cursos cuja primeira está em vigor e já com 3 clubes adeptos com seus cursos homologados, alem disso é claro o Selo de Montanhista que confirma as questões de respeito a ética e mínimo impacto preconizadas pela FEMSP.No âmbito da APEE esses anos de campeonatos colocaram SP a frente dos outros estados no que se refere a padrões, regras, organização, passando a ser referencia para muitos organizadores. Seguimos os padrões UIAA (atualmente IFSC) na intenção de treinar nossos atletas para competições internacionais. Isso muitas vezes criou problemas parecendo que éramos antipáticos e exigentes demais. Uma pena que a não profissionalização da escalada comece nos próprios escaladores, os quais deveriam ser os primeiros a exigirem regras rígidas e organização de primeiro mundo. Voltando ao nosso montanhismo clássico, a participação da FEMESP na Câmara Técnica e Conselho Consultivo do PNI tem permitido que a manutenção do acesso livre ao Parque aos montanhista permaneça alem de darmos as diretrizes para abertura de trilhas fechadas há anos e a normativa para as vias de escalada e novas conquistas.Essa participação requer esforços e gastos pessoais de vários membros da FEMESP, muitas reuniões são aos sábados ou até em dias de semana. Alem disso o trabalho paralelo de elaboração de mapas, relatórios e propostas é imensurável.Quem vai ao PNI recebe um folheto inédito para o PNI elaborado pela FEMESP.Depois de relatar algumas ações (veja mais no site da FEMESP www.femesp.org e www.apee.com.br), vocês conseguem ter idéia de quanto isto custa? Qual o valor desse trabalho voluntário? Quanto de verba sai do bolso de apenas algumas pessoas?Quem se habilita a participar das reuniões de terça feira e ajudar nessa tarefa?Quem visitar nosso site pode ver tudo que fazemos, ler noticias, receber nosso News Letter, ver fotos, etc. Mais um trabalho voluntário que recebe apoio apenas de uma loja de equipamentos, não temos verba para pagar mais nenhum serviço, tudo é voluntário.Até quando vamos suportar esse trabalho voluntário?

9) Você acha que o fato da escalada esportiva tornar-se um esporte olímpico, vai atrair mais patrocinadores para os campeonatos e para os atletas?


Pelo que tenho visto nos últimos anos só se alguma empresa que não é do ramo resolver investir, mas mesmo assim precisamos de alguma boa indicação. Quanto aos atletas vale perguntar para eles, até hoje não senti nenhum interesse verdadeiro, apenas dos nossos velhos conhecidos e dedicados atletas de ponta, nem preciso dizer quem são. São eles que competem nos mundiais e sul americanos e batalham muito para isso. Mas estes competidores precisam de apoio não seriam eles a colocar a mão na massa. O que esperamos deles é apenas reconhecimento levando a bandeira da CBME para o exterior e aqui apoiando nossos campeonatos regionais e brasileiro.Vamos tentar este ano mudar o quadro, vamos preparar projetos para usar a Lei do Incentivo ao Esporte, quem sabe conseguimos algum patrocinador. Já imaginaram o trabalho que isso representa? Esperamos apenas que os escaladores se interessem e parem de achar que queremos grana para nosso uso, engraçado até isso não é?



10) Conte-nos um pouco dos Grupos de Trabalho (GT's) da FEMESP. Quais são e quais as atividades principais?


Já falei deles quanto citei as ações da FEMESP mas posso enumera-los e pedir para que aqueles que se identificarem com algumas dessas ações que nos procurem.

GT Itatiaia


GT Adote uma Montanha


GT Homologação de Cursos


GT Manutenção de vias


Atualmente o grupo que está batalhando na reabertura da Guaraiúva (esse é outro caso complicado)Alem disso existem trabalhos da Diretoria cada uma com suas frentes de trabalho. Temos apoio Jurídico de dois montanhistas voluntários e pretendemos criar uma diretoria para eles.


Precisamos achar quem goste de mexer com números e trabalhar com caixa e contador, esse é um trabalho de paciência mesmo e toma tempo.



11)Como se pode entrar em contato com a FEMESP e APEE? E quem tiver interesse em ser voluntário, como deve proceder?


http://www.femesp.org/ e http://www.apee.com.br/ ou aparecer nas reuniões de terça feira. Como não temos sede nos reunimos em uma padaria. Escreva para http://www.blogger.com/secretaria@femesp.org que passo o endereço.

12) Quais são seus planos pessoais futuros como montanhista?


Boa pergunta, meu plano para o futuro é continuar até que o corpo ou a saúde não permitam mais, não pretendo parar de fazer o que faço, quero conhecer muitos locais novos e fazer travessias. Onde? Não importa, desde que a natureza esteja lá integra e maravilhosa.Quanto a FEMESP torço para que exista sempre e se depender de mim vou continuar mas precisamos de reforços pois como estamos não garantimos a continuidade. A APEE tem seu futuro mais incerto ainda caso os escaladores não tomem consciência da importância de sua existência.


13) O que você sugere a aqueles novos praticantes e iniciantes no montanhismo e na escalada?


Sugiro que todos participem do CIM – Curso de Iniciação ao Montanhismo, onde receberá as formações mínimas e necessárias para seguir um bom caminho nesse esporte. Criamos as normas para os iniciantes e para nortear o Montanhismo no Estado de SP, fazendo com que sejamos respeitados como praticantes e montanhistas independentes que gostamos de ser.A partir deste ano nosso estatuto mudou e vamos aceitar filiados individuais, dentro de algumas condições claro, mas isso vai possibilitar que pessoas que não tenham clubes em suas cidades filiem-se e colaborem com nosso movimento. O CIM é fundamental. Com o CIM o montanhista pode solicitar o selo de qualidade de montanhista e poder ser respeitado como tal.Para os velhos montanhistas existe a Oficina do CIM que revive e atualiza alguns conceitos alem de ser um excelente momento de troca de informações.

Agradeço a oportunidade de falar um pouco das nossas aflições e peço que mais e mais gente se filiem, isso vai reforçar a nossa base e trazer um pouco mais de divisas para podermos sustentar os GTs e continuar com a FEMESP ativa.

Fonte:Brasil Vertical